sexta-feira, fevereiro 27, 2009

PATRIMÓNIO DA REGIÃO A SAQUE

Sucedem-se relatos do seu desaparecimento na calada da noite. Imagens de santos, brasões, colunas e sacrários furtados, já sem contar com o que é vendido para Espanha. “Roubam tudo, imagens, sacrários, talhas, até as colunas das ermidas”
MADRUGADA de 18 de Maio. A rádio de Monsanto emitia a triste notícia: “A coberto da noite, vândalos criminosos, ainda não identificados, roubaram, nesta madrugada, mais um Brasão de Armas Reais de Monsanto, uma peça importante do conjunto histórico das chamadas “Portas de Santo António”, situadas no lado poente da Vila, da época Manuelina. A população de Monsanto está muito justamente revoltada contra esta delapidação do seu património secular e pede medidas adequadas contra os criminosos. Quem souber de informações acerca deste roubo é favor contactar, com a máxima urgência, a GNR ou a Junta de Freguesia de Monsanto”.
Assim desaparecia, tal como o próprio Brasão de Armas da Vila de Monsanto, há vários anos, subtraído do alto do Castelo, o Brasão Manuelino, cravado na porta poente da muralha da vila de Monsanto. Desta vez, conta António Catana, o conhecido investigador do concelho de Idanha, “removeram totamente a pedra onde o brasão se encontrava esculpido. Tiveram, para isso, que trazer uma carrinha para o transportar, é decerto uma rede bem organizada e ninguém na vila se apercebeu deste roubo durante a noite”.
O investigador idanhense, que muito tem contribuído para a valorização do património histórico-cultural do seu concelho, seja o património construído e objectos de arte, seja o inumerável manancial de património imaterial, com as cantigas, as lendas e orações, os usos e costumes, com sucessivas edições, dá-nos conta da sucessiva delapidação do património regional. “Em Novembro, da igreja matriz de Proença-a-Velha, “foram retiradas quatro colunas do altar-mor e os quatro anjos do altar lateral, a imagem do Espírito Santo e ainda mais uns castiçais e tochas”, lamenta António Catana. Na noite de 12 de Dezembro, mais um saque, desta vez na Ermida da Senhora da Granja, situada no caminho rural entre Proença-a-Velha e a Aldeia de Santa Margarida. “Roubaram o trono e o sacrário em talha dourada e duas colunas laterais. Roubam tudo o que tem valor, imagens, sacrários, talhas, até as colunas das ermidas”, lamenta. Há 20 anos, já haviam sido pilhados da isolada ermida duas dezenas de ex-votos (também conhecidos pelos quadros dos milagres). Investigações da Polícia Judiciária conseguiram reaver, algures no Alentejo, apenas dois desses valiosos objectos de arte sacra, recorda. Na noite de 4 para 5 de Janeiro deste ano de 2009, “foram roubadas duas colunas laterais do próprio alpendre da Ermida de Santa Catarina, situada em São Miguel D’Acha. Para melhor remover uma das colunas, os larápios chegaram a remover uma das pedras do lajedo”, esclarece, acrescentando que, nessa mesma noite, foi subtraída toda a escadaria em cantaria de uma casa abandonada próximo da igreja, no coração da aldeia.
“Para além de ser um património de muito valor histórico e cultural é a própria identidade local e regional que vai desaparecendo”, lamenta o investigador.
In Jornal do Fundão - online, 25/02/2009

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

800 ANOS DO FORAL DE PENAMACOR

O concelho de Penamacor vai comemorar ao longo de 2009 os 800 anos da atribuição do Foral por Rei D. Sancho I, com um programa de actividades que inclui conferências, música, teatro e uma feira medieval no dia 31 de Maio. As comemorações arrancaram oficialmente no último sábado, dia 14 de Fevereiro, prologando-se até Dezembro. Das iniciativas destacam-se o ciclo de conferências «O Fio da História», que se iniciam no dia 14 de Março.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

PROCURA-SE FÓSSIL ROUBADO

Como se já não bastassem os roubos de arte sacra e outro património da Beira Interior, agora até o património é alvo de roubo, é o caso do Trono Fóssil dos Perais. É um grande fragmento de tronco petrificado, mede 1 metro de diâmetro e tem uma idade superior a 5 milhões de anos. Foi identificado pelos paleobotânicos como Annonoxylon teixeirae, uma espécie de anoneira encontrada pela primeira vez em Portugal. Quem souber do seu paradeiro é favor contactar as autoridades.
Foto NaturTejo Geopark

terça-feira, fevereiro 03, 2009

AÇAFA on-line

A Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) decidiu aderir à tendência actual de criação de novas publicações na rede internacional de comunicações, www, com a revista AÇAFA ON LINE, tirando partido das vantagens e facilidades que esta modalidade de divulgação proporciona ao leitor e ao editor. A revista terá periodicidade anual e focará temáticas da Cultura e do Ambiente da área geográfica correspondente ao Alto Tejo Português e território envolvente. Este título retoma e expande, em alcance junto do público, o da série monográfica AÇAFA da qual foram editados sete números desde 1997. A AEAT editou uma outra série, entretanto extinta (PRESERVAÇÃO), e mantém activo o boletim informativo ALTO TEJO.
O primeiro número da AÇAFA ON LINE, correspondente ao ano de 2008, será divulgado em versão final, completa e fechada mas, futuramente, a revista será construída ao longo do ano com a inserção progressiva de novos textos, ficando estes imediatamente disponíveis para download na página da AEAT em www.altotejo.org.
São quatro as principais secções da revista. Em Estudos e Trabalhos divulgam-se os resultados, inéditos, de investigações, antigas ou recentes, de índole diversa, devidamente documentados, disponibilizando, deste modo, novos contributos para o conhecimento da história natural e humana do território em apreço. Em Notícias será disponibilizada informação, sucinta, sobre iniciativas realizadas durante o ano ou em agenda, sejam novas publicações ou encontros técnicos, conferências, seminários e congressos. Em Arquivo serão reeditados documentos, publicados anteriormente, correspondentes a edições entretanto esgotadas ou insuficientemente divulgadas. Finalmente, poderá ser incluída uma quarta secção, Vária, dedicada a temáticas distintas das anteriores e não tendo nelas cabimento.
Neste número publicam-se 15 documentos, totalizando 528 páginas, da autoria de membros da AEAT e de outras personalidades, nomeadamente da NATURTEJO, da Universidade de Coimbra e da Universidade de Évora. Os documentos em apreço reportam-se aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã, Idanha-a-Nova, Oleiros, Nisa, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e ao município espanhol de Cedillo (Província de Cáceres).

Texto da Apresentação

domingo, fevereiro 01, 2009

BEIRA INTERIOR, SIM! REGIÃO CENTRO, NÃO!

A propósito da imbecilidade da criação das cinco regiões administrativas, com base nas marcelistas comissões de desenvolvimento regional, recomento a leitura do seguinte artigo a propósito da Beira Interior:

Leiam, façam uma reflexão e depois procurem encontrar qualquer afinidade entre a Beira Litoral, Beira Baixa, parte da Beira Alta , parte da Estremadura e parte do Ribatejo. Por mim antes ficar tudo como está do que colocar aquelas regiões todas no mesmo saco e chamar-lhe Centro, sem qualquer lógica económica, geográfica ou histórica.