segunda-feira, janeiro 31, 2011

1 DE FEVEREIRO DE 1811 - OS FRANCESES SÃO VIOLENTAMENTE ATACADOS NA SERRA DA MAUNÇA

O General francês Maximilien Foy que se dirigia de Salamanca para Santarém, para se unir às tropas de Massena, ao percorrer a Estrada Real ou Nova, que ligava a Enxabarda (Fundão) a Cardigos (Mação), é atacado por oitenta ordenanças de Alpedrinha, que sob o comando do Tenente-Coronel J. Grant, apoiados pelo povo das terras da Serra da Maunça provocaram uma enorme mortante no exército francês. Aqui ficam as transcrições das cartas do comandante inglês que relatam esses violentos combates travados em terras dos actuais concelhos do Fundão e Castelo Branco. É se salientar que o comandante inglês omitiu nas suas cartas a participação dos populares nestes combates, participação essa bem presente na tradição oral das populações da zona.

«Sede servido referir a S. Exa. o Comandante em Chefe, que ontem uma coluna do inimigo debaixo do comando do General Foy, consistindo em 3 mil cavalos e infantes, de Ciudad Rodrigo passou pela estrada nova, para se unir a Massena. Pernoitou aos 31 em Alcaria, junto ao Fundão. No primeiro deste mês tomei posto em um outeiro junto a esta aldeia, por onde o inimigo devia passar, tendo comigo oitenta ordenanças de Alpedrinha; fez-se-lhe um em dirigido fogo por duas horas, e terminou somente com a noite: o resultado foi, dezoito mortos na estrada, grande número de feridos e dez prisioneiros; vários dos feridos acharam-se mortos esta manhã, pela extrema inclemência do tempo: também se tomaram diversos carros de trigo, e considerável número de bois. Tendo mandado partidas para picar a frente e a rectaguarda do inimigo, tenho razão para pensar que ele deve ter sofrido consideravelmente antes de deixar a estrada nova; nós só perdemos somente um homem, com poucos cavalos feridos, entre eles o meu».
Carta do Tenente-Coronel J. Grant, dirigida da Enxabarda ao Coronel D´ Urban, em 2 de Fevereiro de 1811

«Tende a bondade de referir a Sua Excelência o Marechal, que o resultado da acção do primeiro do corrente mês, junto a Enxabarda, foi mais completo do que eu ao princípio referi; acharam-se mortos duzentos e sete do inimigo, aos dois do corrente, no espaço de quatro léguas, parte dos quais morreu em consequência de feridas de da inclemência do tempo: estão também em meu poder dezoito prisioneiros, e quatro ingleses, que tinham enrado no serviço francês, na Legião Irlandesa, para efectuar a sua fugida, tendo estado cinco anos prisioneiros; um deles é do regimento 30, os outros tinham sido marinheiros. Tenho também que dizer, que o coronel do regimento francês 30, e o quartel-mestre do mesmo regimento foram achados mortos. O inimigo perdeu a maior parte da sua bagagem e gado. Envio alguns dos seus papéis e cartas».

Carta do Tenente-Coronel J. Grant, dirigida do Fundão ao Coronel D´Urban, em
4 de Fevereiro de 1811
Trajecto da Estrada Real ou Estrada Nova na Serra da Maunça
(Imagem retirada de dosenxidros.blogspot.com)

Bibliografia:
Excerptos Históricos e Collecção de Documentos Relativos á Guerra Denominada da Peninsula e ás Anteriores, Chaby, Claudio de, Volume 3, Imprensa Nacional, Lisboa, 1865.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

COVILHÃ - PONTE PEDONAL DA CARPINTEIRA ELEITA COMO UM DOS 7 DESTINOS DESIGN MAIS INTERESSANTES

A Ponte Pedonal sobre a Ribeira da Carpinteira, na Covilhã, foi escolhida pela revista Travel + Leisure como um dos sete destinos relacionados com design mais interessantes do mundo.

Segundo a edição online da publicação norte-americana, dedicada ao turismo e lazer e referente a janeiro de 2011, a ponte "é uma das mais impressionantes" de entre "as novas pontes pedonais de grande altura" construídas em diferentes pontos do globo.

A obra da autoria do arquiteto Carrilho da Graça, inaugurada em 2009, tem 52 metros de altura (o equivalente a um edifício de 17 andares), 220 metros de extensão, 4,40 metros de largura e uma estrutura de aço para betão armado com 250 toneladas.

A estrutura liga o Bairro dos Penedos Altos ao centro da cidade, reduzindo o percurso que obrigava a contornar as encostas do vale da Carpinteira.

Carrilho da Graça acredita que o enquadramento da ponte, num vale recortado "com a Serra da Estrela em cima e a Cova da Beira em baixo", contribuiu para a distinção, referiu hoje à agência Lusa.

O trabalho em parceria com o engenheiro Adão da Fonseca "foi um desafio interessante: não é fácil fazer experiências em edifícios e aqui conseguimos levar a estrutura até ao limite", acrescentou.

A ponte sobre a Ribeira da Carpinteira está ainda nomeada para o prémio Mies van der Rohe (em memória do arquiteto alemão com o mesmo nome) - assim como a intervenção de Carrilho da Graça no Castelo de São Jorge, em Lisboa.

"Esta não é a primeira vez que a ponte é reconhecida por publicações internacionais, que só provam que tínhamos razão quando decidimos construi-la", referiu Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã.

"É a consagração de uma obra, não só pela sua utilidade, mas também pela forma e enquadramento", destacou.

Para Carlos Pinto, a ponte é cada vez mais "um dos ícones da Covilhã e será um elemento fundamental na identidade da cidade".

A travessia custou cerca de três milhões de euros e faz parte do plano de mobilidade da cidade, iniciado há sete anos e que pretende cortar os vales e aplanar as encostas que caracterizam a cidade com outras obras como elevadores e funiculares.

Carlos Pinto espera concluir todos os projetos do plano de mobilidade até final do mandato.

Os restante seis destinos mais interessantes do mundo ao nível de design, segundo a edição de janeiro de 2011 da Travel & Leisure, são estruturas construídas na Nova Zelândia, Alemanha, Polónia, China, Áustria e Qatar.

A Travel + Leisure é publicada 12 vezes por ano pela empresa editorial da American Express, que lhe atribui uma audiência média 4,8 milhões de leitores.

Jornal Reconquista, edição online.
Foto: mafiadacova.blogspot.com