sexta-feira, janeiro 22, 2010

EPÍGRAFE JUDAICA REGRESSA A BELMONTE

Form cinco anos de avanços e recuos, de pedidos e recusas, de vontade e desapontamento. Quando, em 2005, a Câmara de Belmonte reclamou a propriedade de uma das mais importantes peças da história judaica da vila, todos estavam longe de imaginar que fosse tão difícil recuperá-la. Estamos a falar de uma epígrafe votiva, datada de 1297, que no início do século XX foi levada para o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco. Depois de muita pressão, num processo que teve também o contributo do Jornal do Fundão (com uma reportagem em Novembro de 2008), o Ministério da Cultura decidiu finalmente ceder e deliberar que a pedra regresse à sua origem, a Belmonte.

O comunicado da tutela chegou há poucos dias, assinado pelo secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, onde se informa que “serão estabelecidos contactos com o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior no sentido de a referida peça ser depositada no Museu Judaico de Belmonte”. O contrato de cedência é de cinco anos, renovado automaticamente, o que significa que a epígrafe nunca mais sairá do seu local de origem. No mesmo documento, o Ministério da Cultura sublinha que a peça regressará a Belmonte apenas no início de 2011, porque no segundo semestre deste ano fará parte da exposição comemorativa do centenário do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior.

Como é natural, esta decisão deixou satisfeito o presidente da Câmara de Belmonte, que, no entanto, não deixa de criticar a forma como o processo foi conduzido. “Isto prova que as coisas só se resolvem quando fazemos algum barulho e quando a comunicação social se envolve. Tudo devia ser ao contrário. Todo o espólio de um concelho devia ser devolvido de forma automática assim que esse concelho tivesse condições para o tratar e valorizar”, defende Amândio Melo, acrescentando que em relação à Torre de Centum Cellas a situação também não tem sido bem gerida: “Nós pedimos uma relação do inventário de todas as peças retiradas das escavações arqueológicas feitas no local, mas nunca a enviaram. Recentemente recebemos algumas peças para um exposição no castelo, mas não sabemos se há mais e quais são.”

É exactamente para evitar estas situações que a autarquia belmontense decidiu criar o Centro de Estudos da Casa da Torre em Caria. “A obra está quase concluída. Será um espaço com capacidade para estudar e classificar o espólio arqueológico não só de Belmonte, como também de outros concelhos que necessitem. Já não será necessário levar as peças para outros sítios”, sublinha Amândio Melo.

In Jornal do Fundão, 21/01/2010

sábado, janeiro 16, 2010

EXPOSIÇÃO SOBRE A REAL FÁBRICA DE PANOS

Está patente no Arquivo Municipal da Covilhã até ao dia 29, uma exposição documental sobre a Real Fábrica de Panos. A Real Fábrica de Panos da Covilhã, situava-se no actual Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior (UBI), construío no século XVIII. Expandiu-se para o Fundão em 1770 e também para a cidade de Portalegre, tendo posteriormente passado a designar-se Sociedade das Reais Fábricas da Covilhã, Fundão e Portalegre. No Arquivo Municipal da Covilhã encontram-se depositados vários documentos pertencentes às fábricas da Covilhã e Portalegre, havendo contudo documentação comum às diversas unidades industriais. A exposição revela a correspondência recebida e expedida, a contabilidade, a lista de devedores, o controle de produtividade, os custos de produção, o aprovisionamento, a redução de panos para fardamento, entre muitos outros documentos.

domingo, janeiro 10, 2010